sábado, 19 de maio de 2007

NERUDA

"Debaixo da tua pele vive a lua/ da terra sou e com palavras canto"

ESMERALDAS

"As verdadeiras esmeraldas, caprichosamente, se escondem e fogem. Fogem por entre os seixos amontoados e barulhentos. Fixam sua morada longe dos olhos cegos dos garimpeiros afoitos, inescrupulosos e gananciosos. Escondem-se, arredias, sob o cascalho impuro, imperfeito e rústico. Buscam refúgio no leito dos riachos, agitados e turbulentos. Misturam-se às falsas gemas, que enganam os impuros de alma e imperfeitos de coração. Estes, alheios aos sentimentos da vida, contentam-se com pedras falsas e aparentemente belas. Não fazem por merecer o júbilo de um brilho intenso, puro e verdadeiro. As verdadeiras jóias nunca são encontradas onde se espera que estejam. Só se oferecem ao merecedor de suas virtudes, beleza e valor. São a recompensa daquele que sabe buscá-las, com toda a pureza de sentimentos. Mostram-se, então, límpidas, claras e reluzentes. Brilham com uma intensidade incomparável e milagrosa. Produzem fluídos que alimentam a alma, com um olhar doce, puro e sincero. Olhos verdes e profundos, que transmitem tanta energia e vigor. Que amedrontam, criam enigmas e despertam incontidos sentimentos". (...)

A INTERNACIONAL

Letra de Eugène Pottier (1871) e música de Pièrre Degeyter (1888) "De pé, ó vítimas da fome! De pé, famélicos da terra! Da idéia a chama já consome A crosta bruta que a soterra. Cortai o mal bem pelo fundo! De pé, de pé, não mais senhores! Se nada somos neste mundo, Sejamos tudo, oh produtores! Bem unidos façamos, Nesta luta final, Uma terra sem amos A Internacional! Senhores, patrões, chefes supremos, Nada esperamos de nenhum! Sejamos nós que conquistemos A terra mãe, livre e comum! Para não ter protestos vãos, Para sair desse antro estreito, Façamos, nós, por nossas mãos Tudo o que a nós diz respeito! Bem unidos façamos, Nesta luta final, Uma terra sem amos A Internacional! Crime de rico a lei cobre. O Estado esmaga o oprimido. Não há direitos para o pobre, Ao rico, tudo é permitido. À opressão não mais sujeitos! Somos iguais, todos os seres! Não mais deveres, sem direitos, Não mais direitos, sem deveres! Bem unidos façamos, Nesta luta final, Uma terra sem amos A Internacional! Abomináveis na grandeza, Os reis da mina e da fornalha, Edificaram a riqueza Sobre o suor de quem trabalha! Todo o produto de quem sua. A corja rica o recolheu. Querendo que ela o restitua, o povo só quer o que é seu! Nós fomos de fumo embriagados, Paz entre nós, guerra aos senhores! Façamos greve de soldados! Somos irmãos, trabalhadores! Se a raça vil, cheia de galas, nos quer, à força, canibais, logo verá que as nossas balas são para os nossos generais! Bem unidos façamos, Nesta luta final, Uma terra sem amos A Internacional! Pois somos do povo, os ativos. Trabalhador forte e fecundo pertence a terra aos produtivos. Ó! Parasitas, deixai o mundo. Ó! Parasitas que te nutres, do nosso sangue a gotejar. Se nos faltarem os abutres Não deixa o sol de fulgurar. Bem unidos façamos, Nesta luta final, Uma terra sem amos A Internacional!"

EZLN

" NÓS, OS ZAPATISTAS, QUEREMOS TUDO PARA TODOS. PARA NÓS, NADA. TODOS OS QUE, COM ARMA OU SEM ARMA, COM ROSTO OU SEM ROSTO, INDÍGENA OU NÃO-INDÍGENA, TOMAM PARA SI O NOSSO SONHO DE UM PAÍS MELHOR, SÃO ZAPATISTAS". " AGORA É EVIDENTE QUE A ESTABILIDADE FINANCEIRA E POLÍTICA DE UM PAÍS JÁ NEM SEQUER DEPENDE DOS GOVERNOS: DEPENDE DOS MERCADOS FINANCEIROS. ELES É QUE SÃO O INIMIGO. O GOVERNO MEXICANO NÃO DISPÕE DE APOIO POPULAR PARA PODER DESTRUIR O MOVIMENTO ZAPATISTA. E, APESAR DA SUA EXTRAORDINÁRIA MÁQUINA DE PROPAGANDA, NÃO CONSEGUE CONVERCER AS PESSOAS DE QUE NÓS SOMOS O INIMIGO". "A ANÁLISE POLÍTICA TRADICIONAL ESTÁ EM PROFUNDA CRISE. A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA, A MUTAÇÃO ECONÔMICA E A MUDANÇA SOCIOLÓGICA ESTÃO ALTERANDO TUDO. O SUJEITO, O CIDADÃO A QUEM OS POLÍTICOS SE DIRIGEM JÁ NÃO É O MESMO. E O RACIOCÍNIO POLÍTICO DA ESQUERDA TRADICIONAL NÃO ESTÁ PREPARADO PARA COMPREENDER O MOMENTO HISTÓRICO CONTEMPORÂNEO". " A ANÁLISE POLÍTICA QUE FAZEMOS É SINGULAR. E NÃO É FÁCIL TRANSPORTAR PARA OUTRO CENÁRIO AQUILO QUE O MOVIMENTO ZAPATISTA REPRESENTA. NÃO SE TRATA DE UM KIT POLÍTICO OU DE GUERRILHA, QUE SE PODERIA MONTAR EM CASA, OU QUE SE APLICA A CADA CASO. MAS TAMBÉM SOMOS UM DESAFIO, PARA UM MUNDO CADA VEZ MAIS DESUMANIZADO, GLOBALIZADO, ULTRALIBERAL. E, ENQUANTO DESAFIO, SIM, O ZAPATISMO PODE SER TRANSPORTADO PARA OUTROS LUGARES DO PLANETA". AS SETE PEÇAS PARA DESENHAR, COLORIR, RECORTAR E TENTAR RECONSTITUIR, ENCAIXANDO-AS ÀS OUTRAS, O QUEBRA-CABEÇA MUNDIAL: "1- A PRIMEIRA DESSAS PEÇAS É A DUPLA ACUMULAÇÃO DE RIQUEZA E POBREZA NOS DOIS PÓLOS DA SOCIEDADE PLANETÁRIA; 2 - A SEGUNDA É A EXPLORAÇÃO TOTAL DO MUNDO; 3 - A TERCEIRA É O PESADELO DE UMA PARTE OCIOSA DA HUMANIDADE; 4 - A QUARTA É A RELAÇÃO NAUSEANTE ENTRE O PODER E O CRIME; 5 - A QUINTA É A VIOLÊNCIA DO ESTADO; 6 - A SEXTA É O MISTÉRIO DA MEGAPOLÍTICA; 7 - A SÉTIMA SÃO AS MÚLTIPLAS FORMAS DE RESISTÊNCIA QUE A HUMANIDADE OPÕE AO NEOLIBERALISMO". (SUBCOMANDANTE MARCOS)

Além do Pensamento Simbólico - Uma breve entrevista com John Zerzan.

Além do Pensamento Simbólico - Uma breve entrevista com John Zerzan Por Kevin Tucker, "species traitor" #3, Primavera de 2003 Parece que nem um outro anarquista mostrou tanto interesse no conceito de pensamento simbólico como John Zerzan. Nas últimas décadas, John devotou seu trabalho a um pensamento crítico da totalidade da civilização, do pensamento simbólico à miséria diária de sua forma de viver e as falhas da Esquerda. Seus ensaios sobre a origem da civilização foram organizados em "Elementos de Recusa", "Futuro Primitivo" e mais recentemente em "Correndo no Vazio - a Falha do Pensamento simbólico". Ele editou "Against Civilization" (Contra a Civilização), e é co-editor de "Questioning Technology" (Questionando a Tecnologia). Kevin Tucker: Como você distinguiria a cultura simbólica e o pensamento simbólico, e qual a relação disso com a civilização? John Zerzan: O que seguiu depois que as espécies começaram a simbolizar constitui a cultura simbólica. Essa mentalidade vem para definir o que o pensamento é, e a parte sensorial da experiência vem para dar caminho à experiência simbólica; isto é, a experiência direta foi reduzida a zero. Este limitado e projetado modo cultural é relacionado diretamente com a civilização, que é o produto do controle continuo visando a domesticação. A cultura simbólica nas formas de arte e cultura, por exemplo, envolve representar a realidade sendo assim processado como substituto da experiência direta. Elas emergem como sociedades desenvolvendo desigualdades que expressam-se em papeis especializados e áreas de autoridade separatista. O simbólico pode ser visto como uma tecnologia, que trabalha para a realidade como uma força de dominação. Uma perspectiva similar é a "razão instrumental" de Horkheimer e Adorno, significando que a civilização vem para infundir ou deformar a racionalidade em padrões da lógica do controle. Freud viu que a civilização é a condição necessária para o trabalho e a cultura triunfar; a saber, a renúncia forçada da liberdade de instinto e Eros. Entendido nesse sentido, fica mais fácil compreender a íntima conexão entre a cultura simbólica e a civilização. Kevin Tucker: O quanto atrás devemos procurar com uma crítica da civilização e por que? Qual é o significado de buscar tão longe? John Zerzan: Eu não penso que é possível desenterrar as profundezas ou origens da civilização sem examinar de forma crítica as divisões de trabalho ou a especialização. No poder efetivo dos especialistas - possívelmente o pajé como o primeiro caso a ser visto - está o começo das desigualdades na sociedade humana. Uma instituição desta simplicidade, é claro, foi grandemente deixada de lado. Como é possível ter vida moderna sem a divisão do trabalho? Mas certamente é isto que estamos colocando em questão! A Modernidade é vista de forma cada vez mais impossível e nós estamos conduzindo admiravelmente das raízes ao extremo da sociedade "avançada". O que impulsiona essa trajetória? Divisão do trabalho conduz à produção em massa, mesmo nos tempos antigos, e isso requer coordenação e justificativas. Chefes, patrões, padres vem disto. No começo gradual e sem alarde e depois o rápido desenvolvimento da especialização direciona o trabalho braçal para a domesticação, a base que define a civilização. O controle/contenção toma seu próximo passo com a propriedade privada, mas certamente o poder para dominar animais e plantas (domesticação) trouxe a civilização rapidamente, em termos relativos. E as elites nascentes que eram sustentadas pelo aumento da divisão trabalho proveram a fundamentação para a mudança definitiva para a domesticação. Kevin Tucker: Na sua visão, como as pesquisas e estudos científicos associadas com a antropologia e arqueologia pesam comparado com o que sabemos hoje, sobre nós mesmos ou sobre as tribos e bandos remanescentes de vários níveis de existência civilizada? John Zerzan: Eu concordo com aqueles que dizem que consultar nossas próprias vidas é mais ao ponto, mais potente que considerar a literatura antropológica e arqueológica. Mas eu penso que é válido também considerar as evidências do passado que demonstram um estado de "anarquia natural" que foi obtida por um longo tempo. Esse cenário é uma inspiração para mim, a realização do prevalecimento de formas de viver não hierarquizadas que constituem a única bem sucedida e sustentável adaptação para o mundo que nossas espécies conheceram. Nossa visão, nossa crítica da civilização não depende de um cenário ou registro, mas pode ser desenhado com base nisto. Muitos de nós estamos significantemente longe de ser removido da existência domesticada que qualquer indígena vivente. Isto é importante para os ditos anarquista verdes como eu para aprender com eles e apoiar suas causas. Kevin Tucker: Como como algo como a linguagem tomou forma? VocÊ acha que a mudança com a linguagem e a arte necessariamente trouxe-nos para a agricultura ou há aí algum ponto de mediação em que nós estamos ainda imbuídos pelo "outro" (estado selvagem)? John Zerzan: Ninguém sabe quando a linguagem se originou. (A fala, mais exatamente; nós podemos datar a linguagem escrita pela evidência de artefatos). É um dos mais interessantes mistérios de todos, eu diria. Só há realmente palpites, alguns dizendo que é bem recente ( emergindo no Alto Paleolítico, digamos, contemporâneo com as primeiras pinturas nas cavernas aproximadamente 35 mil anos atrás) e outros figurando que a fala humana começou mais aproximadamente na ordem de milhões de anos atrás. Se a linguagem e a arte apareceram mais ou menos juntos aproximadamente recente com a véspera da agricultura então uma forte ligação com a domesticação é sugerida. E obviamente, se há um longo espaço entre suas origens, então somente a arte deve ser ligada à domesticação. Mas me parece muito possível que há uma conexão - de novo, pelo menos, em termos de arte e agricultura. Eles estão bem próximos em relação ao tempo, afinal. Se a fala é muito antiga - e nós podemos nunca saber - então talvez o "ponto de mediação" é aquele período depois da fala e antes da arte. Aquele longo período quando a divisão do trabalho não avançou e a cultura simbólica como nós conhecemos não existia. Kevin Tucker: Como você vê o futuro da civilização e onde uma crítica do pensamento simbólico pode nos levar? John Zerzan: A civilização tecnológica está realizando a eliminação do mundo natural e novos e profundos choques individuais e sociais. Isto está consumindo, empobrecendo e destruindo todo o planeta, como todos podem ver. Não tem futuro. A crítica do pensamento simbólico revela como esse virus maligno originou e como poderemos agir para evitar a réplica da civilização quando ela cair. Kevin Tucker: Você sente que pode haver uma consciência voltada contra o simbolismo e/ou a civilização? Ou você sente que a totalidade da civilização tenha criado um relacionamento de dependência que os "domesticados" se agarrarão fortemente a isto? Você vê a anarquia sendo trazido pelos domesticados ou por aqueles que se voltaram contra sua domesticação revoltando-se contra os agentes da civilização? John Zerzan: Deve haver uma consciência voltada contra o simbólico e a civilização, e eu penso que isto já começou. O outro lado dessas dimensões, de fato, esteve sempre presente e agora está crescendo com uma crise generalizada que aumenta. Um relacionamento de dependencia é obtido, na minha opinião, ou isto pode ser facilmente chamado de "sendo preso como refém". Nós temos todos que desaprender a domesticação, e a quebra mais radical com a domesticação na sociedade irá ocorrer, eu diria, quando se tornar claro que a civilização é mais uma falácia que uma qualidade. Quando a miséria e a devastação ecológica, por exemplo, alcançar um certo nível e ao mesmo tempo, uma alternativa viável possa ser vista como mais prazerosa, segura e razoável.

O caminho adiante, por JOHN ZERZAN.

Sem uma nova estrutura, ou uma visão diferente da dos fracassados e limitados esforços do passado, não haverá possibilidade de desafiar o todo-envolvente ecocídio, desumanização, e a destruição que são tão desenfreados atualmente. Todos sabem que a vela esta oscilando, que a crise generalizada continua a se espalhar e se aprofundar. Meus parentes conservadores sabem que tudo está desmoronando. Esta condição assustadora e sem precedentes deve ser desafiada em sua totalidade e em suas raízes. Existe cada vez menos interesse em abordagens parciais, e por uma boa razão: abordagens parciais apenas garantem que as coisas continuem cada vez pior. Tem ocorrido para um número crescente de pessoas, em vários lugares, que olhar para uma saída necessariamente envolve atacar a exata natureza da sociedade. Não somente o capitalismo, mas a sociedade de massas e sua forma cada vez mais tecnificada, com suas raízes na civilização. Certamente algumas pessoas têm tomado agora uma retórica anti-civilização, ao mesmo tempo que evitam sua essência. Recentemente, eu li em uma mensagem na internet que começava com "eu sou anti-civilização, mas ..." Este indivíduo listou coisas que ele/ela condenava, porém, nenhuma dessas coisas estavam definindo os aspectos da civilização (domesticação, cidades). Com este tipo de manobra o jargão muda, e nada mais. Por exemplo, alguém poderia continuar aceitando o marxismo, com todas as suas limitações e, ainda sim, por alguma razão, adotar o rótulo anti-civilização. Tal mal uso de termos é comum; por exemplo, Noam Chomsky - um mero progressista - é referido como um anarquista. Obviamente é o marxismo, em geral, que é o continuo refúgio para aqueles que não podem encarar a realidade, e ainda alegam que se opõem radicalmente a essa realidade. O marxismo, que não tem sido uma visão inspiradora desde a I Guerra Mundial. O Marxismo, que proporciona um conforto, caso a visão do mundo seja limitada - conforto se o Século XIX for o contexto (e mesmo assim, certamente inadequado). Uma quantidade de potencial libertador seria incorporado no final da esquerda, isto é muito claro. Embora tão amplamente, senão universalmente desacreditada, a esquerda trabalha para manter um horizonte que é criticamente resumido. A visão da esquerda é limitada por um par de cegueiras: a recusa em questionar a produção em massa e a tecnofilia. Quando aqueles que se identificam como pós-esquerdistas, provam isto tomando elementos cardinais como as "teses", o termo começará a ter substância. Generalidades, como a retórica, servem principalmente para mascarar uma falha de conteúdo. Heidegger falou infinitamente da autenticidade e foi um nazista; Sartre focou na liberdade e foi um estalinista. Se a filosofia é a reflexão de um modo geral, a política comete o mesmo erro, e muitas vezes com os piores motivos. Só a especificação e o concreto transmitem um real significado, e jogam com as conseqüências das intenções e responsabilidades pessoais. Uma recusa em ser especifico pode ser tida como a marca do político. "Anticivilização" e/ou "Pós-esquerda" deve ser mais do que rótulos, jargões vazios. Se uma tarefa prática é a rasura do que resta da esquerda, um igualmente passo é mais longe, exploração e questionamento sem limites. Precisamos problematizar, não assumir ou tomar por certo, cada componente e instituição da marcha mortal da civilização. Superar obstáculos deve ser acompanhado por um aprimoramento na busca de modos para evoluir. Isto é, as alternativas, os meios para deixar a embarcação decadente. O espectro de outras maneiras de viver deve ser absolutamente essencial, caso, se expressões como "autonomia" e "re-conexão com a Terra" sejam carregar a importância que irá brevemente ser colocada sobre nós. Habilidades que não assumem a continuação da decadente e infantilizadora modernidade mas, ao contrario, são habilidades necessárias para abandonar isto. Habilidades ligadas à terra, paisagens comestíveis, tantas maneiras de aprender e explorar. Habilidades que maximizam a plenitude e anti-mediação individual, e que são chaves para compartilhar a visão anti-civilização. Um convite em termos reais, sem o qual apenas palavras acontecem. Mesmo se os passageiros percebam que o jato está inclinando-se diretamente ao chão, eles ainda não estão certos de pular pela janela. O reino do espiritual chama, porque assim deve ser - ou deveria ser - com elementos básicos. Nossa vida-mundo desincorporado tem perdido lugar na existência. Já não nos olhamos como parte da teia e dos ciclos da natureza. A perda de uma relação direta com o mundo tem bloqueado um antigo entendimento universal de nossa singularidade com o mundo natural. Os princípios da ligação e da simplicidade são o coração do conhecimento indígena: intimidade tradicional com a terra, como uma imanente base da espiritualidade. Este entendimento é uma essencial e insubstituível fundação da saúde e do significativo. Esta linha de vida é inestimável. Seu eco é ouvido em comentários de que a anarquia verde está na base de um movimento espiritual, o qual deve colocar a mudança mundial em repercussão. Isto é algo muito atraente para eles - e misterioso para mim. Eu tenho que dizer que esta esfera é intrigante, e aberta para mim. Mas parece bom sentir que algo esta acontecendo e admitir isso. Producionismo ou futuro primitivo: duas materialidades. Um provocado pela extinção do espírito, o outro por abraçar o espírito e sua realidade baseada na Terra. O abandono voluntário do modo de vida industrial não é auto-renúncia, mas um retorno de cura. Voltando deste presente estado e direção do mundo, vamos procurar por inspiração daqueles que têm continuado a viver espiritualmente com a natureza. Seus exemplos mostram o que precisamos fazer com nosso modo para o que ainda nos espera, ao nosso redor. Táticas podem ter muitas fontes úteis. Suprema é a recusa da total desordem colapsante e a resistência contra todos aqueles que trabalham para nos manter emaranhados nisto. - publicado na Green anarchy #23

quinta-feira, 10 de maio de 2007

"AS APARÊNCIAS ENGANAM".

VEGAN STAFF PARTICIPA DE CARTA AO PAPA BENTO XVI, QUE SE SERVIRÁ DE VITELA, EM VINDA AO BRASIL.

A Vegan Staff Brasil vem através desta repudiar a vinda do clérigo Papa Bento XVI no Brasil, que chegará na Capital de São Paulo no dia 09 de Maio de 2007, com estada marcada para os próximos 5 dias consecutivos. A Vegan Staff esclarece aos interessados que não assume, com esta carta, repúdio à qualquer religião. A Vegan Staff tem uma postura religiosa laica e se baseando nisto, o fato que nos leva a levantarmos um questionamento em relação à estada do sacerdote máximo de uma das maiores religiões do mundo, é o posicionamento inquestionado do menu alimentar do Papa durante sua visita ao Brasil. A informação é a de que o Papa Bento XVI, em visita ao mosteiro São Bento, em São Paulo, dentre outros pratos que também exploram e sacrificam seres Inocentes, esta a personificação de uma das formas mais cruéis de se obter um prato que aqui no Brasil ainda é pouco conhecido, A CARNE DE VITELA. Resultado de um processo dos mais cruéis já notificados na história da crueldade contra seres Inocentes, a carne de Vitela é obtida através da separação de um filhote de vaca e da má alimentação, obtida somente através de leite e do confinamento em um curtíssimo espaço a fim de se evitar ao máximo a criação de músculo no corpo do recém chegado à vida, bezerro. Fraco, desnutrido e com os ossos e músculos mal desenvolvidos, está pronta a receita de um dos pratos que irá servir ao Papa. O objetivo, desde o nascimento de um bezerro, passando pela curta vida de crueldade ofertada pelos humanos, até a chegada de sua morte, este animal mal consegue andar. O confinamento e alimentação precários faz com que a carne do animal seja macia, pelo mal desenvolvimento de músculos, e com menos gordura, ocasionada pela má alimentação. A Vegan Staff, na luta pela conscientização da sociedade em relação aos males impostos aos seres inocentes, solicita imediata retratação da Igreja Católica Apostólica Romana em relação ao fato. E por se tratar de uma instituição religiosa das maiores do mundo, e que igualmente em outras ocasiões já esteve envolvida em pedidos de desculpas por outros Holocaustos, solicitamos imediata retratação a este Holocausto que ainda acontece sob os olhos daqueles que um dia viram seus parentes, amigos, filhos, morrerem em uma câmara de gás, e que hoje, apenas existe uma diferença. Ao invés de seres humanos que são brutalmente assassinados pelo Holocausto imposto durante a segunda grande guerra, temos seres Inocentes que não podem repudiar a vida desgraçada imposta pelos mesmos seres humanos que se dizem à favor da Paz Mundial. A Igreja Católica Apostólica Romana esta em uma ótima oportunidade de dar o exemplo de compaixão e em um ótimo momento de mostrar aos seus fiéis ou não, que a postura da Igreja NÃO admite tais práticas assassinas de manter o corpo puro para olharmos para o céu e pedirmos misericórdia pelas nossas almas. A Vegan Staff esta assinando uma carta oficial redigida (em anexo) por nós, grupos de Defesa dos Direitos dos Animais, que será entregue à Comitiva Oficial do Papa, solicitando um posicionamento a respeito do fato ocorrido. Além disso, a Vegan Staff estará aberta a toda e qualquer pessoa que deseje obter informação sobre essa e outras crueldades impostas aos seres inocentes, ainda hoje, em pleno século XXI. Dispomos para isso, do nosso e-mail: veganstaff@yahoo.com.br e também do nosso contato pessoal, Amir Abdul pelo telefone: (21) 9360-1993. Esperamos a compreensão de todos e estaremos abertos a quaisquer criticas e/ou sugestões a respeito desse caso. Sem mais, VEGAN STAFF BRASIL – www.veganstaff.org Anexo 01: Carta aberta a Sua Santidade, o Papa Bento XVI Por meio desta missiva, buscamos clamar pelos sentimentos de misericórdia e compaixão que certamente pautam as ações de Vossa Santidade, representante excelso da Igreja Católica Apostólica Romana. Soubemos que, nas refeições que lhe serão servidas no Mosteiro de São Bento, por ocasião de sua visita a São Paulo, inclui-se um prato à base de vitela. Nós, grupos brasileiros e internacionais que nos dedicamos a promover ações de conscientização quanto ao sofrimento imposto aos animais, ficamos perplexos com a referida notícia. Nossa perplexidade deve-se ao fato de que Vossa Santidade, bem como os monges que serão seus anfitriões e os integrantes de sua comitiva, decerto são pessoas bondosas e compassivas, que escolheram dedicar suas vidas ao exercício da fé. Logo, comer um alimento cuja produção caracteriza-se pela mais abjeta crueldade, é ato que não se coaduna com tais valores e intentos grandiosos. Preferimos, então, crer que Vossa Santidade, bem como os integrantes de vossa comitiva, simplesmente desconhecem os horrores que caracterizam os bastidores da produção da carne de vitela. Humildemente, propomo-nos a expor uma parte desta lamentável realidade, que deveria envergonhar a todos nós, seres humanos, dotados de inteligência e sensibilidade suficientes para rejeitar tamanhas atrocidades. A vitela, ou bezerro precoce, é apartado da mãe no momento em que nasce. Durante aproximadamente três meses, permanece confinado em uma cela estreita e escura. Ele fica amarrado de maneira a ter os seus movimentos restringidos e assim não desenvolver músculos, tornando a carne de vitela mais “macia”. O animal também é impedido de pastar. Alimentado apenas com pequenas quantidades de leite (não diretamente de sua mãe, mas por meios mecânicos), o filhote fica subnutrido e anêmico, proporcionando assim uma carne “magra” e clara. Findo o confinamento e com a saúde debilitada, estes animais sensíveis e desprotegidos da companhia de sua mãe, finalmente são encaminhados ao abate em caminhões de transporte abarrotados. Destarte, está nas mãos de Vossa Santidade a oportunidade de dar um exemplo de misericórdia e compaixão a este mundo tão carente de bondade, delicadeza e sensibilidade. Mostre a todos, cristãos ou não, católicos ou não, que Vossa Santidade rejeita as práticas cruéis contra seres inocentes, assim como já o fez ao denunciar que a alimentação forçada de gansos para a produção de foie gras representa uma violação dos princípios Bíblicos. Ao recusar esta iguaria originada da exploração e da tortura, Vossa Santidade terá uma excelente oportunidade para dar o exemplo da compaixão e da misericórdia como representante excelso da Igreja Católica Apostólica Romana. Mui respeitosamente, subscrevemo-nos, VEDDAS FBAV VEGAN STAFF S.O.S. Felinos Projeto de Proteção aos Bovinos Associação Vegetarian Cristã AVISO: O site da Vegan Staff (veganstaff.org) esta temporariamente fora do ar, por motivos técnicos e de atualização. Pedimos a todos os interessados para que mantenham sempre suas atividades em funcionamento e que o e-mail da Vegan Staff Brasil esta ativo e verificado diariamente: veganstaff@yahoo.com.br Estaremos, muito em breve, com o site novamente no ar, com algumas alterações importantes para que seja dado continuidade aos trabalhos voltados à Libertação Animal e o suporte aos demais grupos ligados à Vegan Staff Brasil. Maiores informações podem ser colhidas diretamente pelos números: + 55 (11) 9383-0437 - Alfredo Garrido + 55 (21) 9360-1993 - Jorge Alves Data prevista do retorno virtual: 11/06/2007

quarta-feira, 9 de maio de 2007

O PAPA E A VITELA.

Prezado Jornalista, A presente Carta Aberta a Sua Santidade, o Papa Bento XVI, foi enviada ao Mosteiro de São Bento em versão bilíngüe. Pedimos a sua atenção ao fato de que, durante a visita ao Brasil do representante excelso da Igreja Católica Apostólica Romana, estará incluído no cardápio que lhe será oferecido um dos pratos que implica na maior das crueldades contra os animais: a carne de vitela (ou bezerro precoce), onde o animal passa os seus primeiros três meses de vida confinado para que nessa mesma idade seja abatido para servir à gula humana. Na carta, pedimos humildemente a Sua Santidade, o Papa, que se recuse a consumir tal iguaria, advinda da mais abjeta exploração de animais inocentes. Vale notar que o Papa recentemente condenou o consumo de foie gras (ou patê de fígado de ganso), justamente por causa dos métodos cruéis empregados para a sua produção. Organizada desde a última segunda-feira, a carta recebeu, em apenas três dias, a assinatura de 53 grupos nacionais e 4 grupos internacionais que lutam pela defesa dos direitos animais. Atenciosamente, George Guimarães Nutricionista Vegetariano Diretor VEDDAS – Vegetarianismo Ético, Defesa dos direitos Animais e Sociedade http://www.veddas.org.br/ http://br.f371.mail.yahoo.com/ym/Compose?To=veddas@veddas.org.br 11 5585-3475 11 9135-2116
Carta Aberta a Sua Santidade, o Papa Bento XVI Por meio desta missiva, buscamos clamar pelos sentimentos de misericórdia e compaixão que certamente pautam as ações de Vossa Santidade, representante excelso da Igreja Católica Apostólica Romana. Soubemos que, nas refeições que lhe serão servidas no Mosteiro de São Bento, por ocasião de sua visita a São Paulo, inclui-se um prato à base de vitela. Nós, grupos brasileiros e internacionais que nos dedicamos a promover ações de conscientização quanto ao sofrimento imposto aos animais, ficamos perplexos com a referida notícia. Nossa perplexidade deve-se ao fato de que Vossa Santidade, bem como os monges que serão seus anfitriões e os integrantes de sua comitiva, decerto são pessoas bondosas e compassivas, que escolheram dedicar suas vidas ao exercício da fé. Logo, comer um alimento cuja produção caracteriza-se pela mais abjeta crueldade, é ato que não se coaduna com tais valores e intentos grandiosos. Preferimos, então, crer que Vossa Santidade, bem como os integrantes de sua comitiva, simplesmente desconhecem os horrores que caracterizam os bastidores da produção da carne de vitela. Humildemente, propomo-nos a expor uma parte desta lamentável realidade, que deveria envergonhar a todos nós, seres humanos, dotados de inteligência e sensibilidade suficientes para rejeitar tamanhas atrocidades. A vitela, ou bezerro precoce, é apartado da mãe no momento em que nasce. Durante aproximadamente três meses, permanece confinado em uma cela estreita e escura. Ele fica amarrado de maneira a ter os seus movimentos restringidos e assim não desenvolver músculos, tornando a carne de vitela mais “macia”. O animal também é impedido de pastar. Alimentado apenas com pequenas quantidades de leite (não diretamente de sua mãe, mas por meios mecânicos), o filhote fica subnutrido e anêmico, proporcionando assim uma carne “magra” e clara. Findo o confinamento e com a saúde debilitada, estes animais sensíveis e desprotegidos da companhia de sua mãe, finalmente são encaminhados ao abate em caminhões de transporte abarrotados. Destarte, está nas mãos de Vossa Santidade a oportunidade de dar um exemplo de misericórdia e compaixão a este mundo tão carente de bondade, delicadeza e sensibilidade. Mostre a todos, cristãos ou não, católicos ou não, que Vossa Santidade rejeita as práticas cruéis contra seres inocentes, assim como já o fez ao denunciar que a alimentação forçada de gansos para a produção de foie gras representa uma violação dos princípios Bíblicos. Ao recusar esta iguaria originada da exploração e da tortura, Vossa Santidade terá uma excelente oportunidade para dar o exemplo da compaixão e da misericórdia como representante excelso da Igreja Católica Apostólica Romana. Mui respeitosamente, subscrevemo-nos, VEDDAS – Vegetarianismo Ético, Defesa dos Direitos Animais e Sociedade Contato: George Guimarães – Fone: +55-11-5585-3475 – http://br.f371.mail.yahoo.com/ym/Compose?To=veddas@veddas.org.brhttp://www.veddas.org.br/ Uma lista atualizada dos siganatários desta carta pode ser visualizada no endereço www.veddas.org.br/papa.htm

Saindo da escuridão

"Preciso recuperar
um pedaço meu, escondido em mim.
Um pedaço de pessoa
Um pensamento recordado
O silêncio de uma rua de carros
fazendo parte de mim.
O-V-O - Cápsula de fantasias
amplia, sufoca
um importante pedaço de mim.
Continuo a procurar
em um lugar profundo,
mudo, escuro".

domingo, 6 de maio de 2007

PEQUENAS GRANDES AÇÕES.

Irmãs e Irmãos,
não estranhem...
Pensem, antes de dormir, nas infinitas possibilidades de vida que poderíamos estar vivendo juntos. Um lugar que cheirasse bem...Já se aperceberam de como as ruas estão se tornando, a cada dia, mais insuportáveis? Sabem para quê? Para que comecemos a nos condicionar a ficar dentro de casa. Para que nos acomodemos. Aí, navegamos mais na "Internet" (termo antagônico à Rede Mundial de Computadores), assistimos aos programas "deles"...E a Terra vai ficando cada vez mais doente. Saqueada. Vilipendiada. Humilhada.
Estamos nos drogando cada vez mais. Assim, acabamos nos preocupando com a precaução descontrolada por saúde, por sua vez a cada dia mais cara.
Estamos, Irmãozinho(a)s, passando por este mundo desapercebidamente.
Este é o momento das pequenas escolhas (muitas, às vezes, imperceptíveis) se transformarem em grandes ações!
MAIS UM CAPÍTULO DA LIBERTAÇÃO.

SAÚDE DO RISO.

Há medo.
Há manipulação.
Há boicote por parte de nós mesmos.
Tudo, por causa da saúde.
Os tempos estão difíceis. Não dá tempo para bobeira.
Temos que aproveitar as possibilidades disponíveis de emprego, porque não tá importando o seu SER mas, sim, o seu (ob)TER.
Ser útil. Ser o patrono. Ser CAPAZ! CAPAZ... O nosso Codex a-d-o-r-a esta definição.
Mas... O que nos resta, afinal?
Ter dinheiro? Mais dinheiro? Dinheiro para gastar na velhice com a saúde prejudicada, já debilitada.
Quais são os grandes grupos que almejam, arquitetam meios de ganhar com a (falta de) saúde da população?
O que fazer?
Ver.
Sentir.
Entender que não é normal esta forma artificial de viver, de buscar saúde. Condicionados. Lesados. Amedrontados e, sem perceber, rindo. Mas...Do que rimos?
Rimos por besteiras, bobagens, rimos da propaganda "deles", que exploram as cabeças enclausuradas em agências de publicidade.
O nosso riso? O sorriso... Este sorriso, será de verdade?
Não será o sorriso verdadeiro parecido com a chuva quando cai, gostoso, sem medo?
Qual foi, meu Irmão, minha irmã, a última vez que vocês sorriram assim?